A disfunção da articulação temporomandibular é o conjunto de alterações que afetam a ATM e os músculos relacionados com esta articulação. Desempenha um papel fundamental na mastigação, deglutição, fonação, postura corporal e expressividade facial, o que a torna indispensável tanto para as necessidades básicas de alimentação, postura e nas relações sociais.
Esta condição clínica constitui um importante problema de saúde pública, uma vez que afeta cerca de uma em cada cinco pessoas. É a condição clinica músculo-esquelética mais frequente, a seguir à dor lombar. Apenas metade dos pacientes com disfunção da ATM procura tratamento e, aproximadamente, 15% acaba por ficar com esta patologia de forma crónica.
A disfunção da ATM pode ter várias causas, entre as quais problemas de oclusão, traumatismos da mandíbula, posturas, doenças articulares, bruxismo (apertar e ranger os dentes), tensão muscular e tensão emocional.
As dores de cabeça, da face, de ouvidos e do pescoço estão entre os sintomas mais habituais da disfunção da ATM. As cefaleias de tensão (dor de cabeça por tensão muscular) e cefaleias cervicogénicas (dor de cabeça por perturbação da coluna cervical). A sensibilidade muscular e os estalidos e bloqueio dos movimentos da articulação também são sintomas comuns.
Trata-se de uma disfunção de origem multifatorial e como tal a intervenção mais recomendada é a multidisciplinar, envolvendo vários profissionais de saúde (fisioterapeuta, médico dentista, ortodontista, psicólogo, terapeuta da fala e outros). A fisioterapia é, habitualmente, considerada como essencial, estando incluída nas disciplinas mais frequentemente envolvidas.
A fisioterapia recorre a técnicas especificas para proporcionar um alívio das condições sintomatológicas do utente e obter a recuperação do movimento e da função da ATM, bem como a sua relação com a cervical.
Fisioterapeuta Carlos Freire
Clínica de Reabilitação do Bombarral
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