É habitual, a população caldense – sabendo do alcance deste Escaparate – não se coibir de parar-me nas ruas, manifestando o seu desagrado, relativamente à atuação da União de Freguesias de Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra do Bouro, em determinados quesitos, entre eles: O péssimo estado dos contentores de lixo; A acentuada degradação do piso da maioria das vias públicas; Os passeios repletos de irregularidades; A fraca iluminação pública; Os excrementos, os brinquedos perigosos e o péssimo ajardinamento do “Largo do Estragado” (Largo do Colégio Militar); A deterioração exterior da escola básica do 1º ciclo do Bairro da Ponte, com o seu muro e gradeamento sem nenhuma conservação e restauro; A falta de limpeza da maioria das vias públicas; O péssimo estado de conservação das instalações do Centro da Juventude; E mais uma mão-cheia de lamentações.

De todas as vezes em que fui abordado por algum queixoso, a indicação por mim fornecida foi a mais óbvia possível: Que o mesmo deveria deslocar-se à sede da União de Freguesias e, ali, efetivar as suas queixas. Porém, dois motivos são fulcrais para que não sigam essa prescrição: 1) Supõem que podem ser alvo de represálias (pensamento típico do Estado Novo); 2) Acreditam que as reclamações, mesmo sendo apresentadas, não passam da secretaria.

Compreendo a indignação das pessoas, tenho como exemplo as ruas onde moram alguns dos meus familiares: Excesso de buracos (ou grosseiros remendos) no asfalto; Passeios tortos e/ou com pedras soltas; Inexistência de passeios; Deploráveis contentores de lixo; Muita sujeira por todos os lados; Etc…

A freguesia em si, como sabemos, tem uma dimensão razoável, quase 28 Km2 de área. Como é óbvio, não é fácil para essa União de Freguesias resolver os problemas que vão surgindo diariamente, mas, é necessário ouvir (realmente) as queixas da população e, assim que possível, tentar solucionar os problemas apontados, utilizando todos os meios disponíveis.

Creio que a União de Freguesias de Caldas da Rainha – Santo Onofre e Serra do Bouro deve colocar em prática um plano de ação integrada de desenvolvimento urbano sustentado. Para isso, convém munir-se de pessoas que estejam familiarizadas com os diversos programas existentes acerca da regeneração, revitalização e atratividade das áreas urbanas, visando a valorização do território, a qualificação de todos os espaços públicos e a reabilitação do edificado existente.

Não precisamos estudar antropologia urbana para perceber quando algo não vai bem numa freguesia. Basicamente, basta-nos ouvir a população. Os habitantes dessa União de Freguesias (a grande maioria acima dos 65 anos de idade) gostariam que, o lugar onde moram, possuísse alguma dinâmica de sustentabilidade e de promoção da qualidade de vida, e isso só pode ser possível se alguém souber escutá-los e, claro, tentar resolver os problemas que originaram a sua insatisfação! Será que as vozes de Santo Onofre chegarão ao Céu?