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Clientes lesados pelo BES manifestaram-se nas Caldas

Francisco Gomes

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Os ânimos estiveram exaltados na manhã da passada quinta-feira junto à agência do Novo Banco das Caldas da Rainha, na Praça 25 de abril, que estava fechada quando meia centena de clientes lesados pelo Banco Espírito Santo (BES) se concentrou à porta. A manifestação foi acompanhada pela PSP.
Chegada dos manifestantes

Os clientes, que reclamam terem perdido “as poupanças de uma vida”, sentem-se defraudados ao terem investido em papel comercial do BES, sem terem conseguido reaver o dinheiro.

Viveram-se momentos de tensão, cerca das onze e meia. O protesto, marcado pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) deparou-se com a agência das Caldas da Rainha encerrada e os manifestantes, em fúria, desferiram murros na porta e montras das instalações do banco.

Os manifestantes, oriundos de vários concelhos da região centro, empunharam cartazes com dizeres como “Fomos roubados”, “Para que serve o Banco de Portugal?” ou “Queremos o nosso dinheiro”, e entoaram palavras de ordem.

Jorge Pires, da AIEPC, comentou que “pela primeira vez fazemos em simultâneo três manifestações – uma no Porto, outra nas Caldas e outra em Lisboa”.

“Exigimos receber o que nos devem, não estamos a pedir nada que não seja nosso, queremos apenas aquilo que nós subscrevemos com garantia BES”, disse o porta-voz.

“Estou aqui em representação dos meus pais, foram enganados, perderam 150 mil que aplicaram em papel comercial”, contou um dos manifestantes.

Outro revelou que perdeu cem mil euros. “O meu gestor de conta disse-me sempre que era dinheiro seguro e que era um depósito a prazo. Sinto-me enganado”, desabafou.

“Sinto-me traído. Nunca pensei que fossem tão vigaristas”, lamentou um cliente lesado. “Onde estão as provisões dos 700 milhões destinados a pagar aos clientes do papel comercial?”, questionou. “Nunca soube o que era papel comercial, sempre me foi vendido como um depósito a prazo com garantia de capital e dos juros”, referiu.

Os manifestantes acabaram por se concentrar na estrada em frente à agência bancária, cortando o trânsito. Depois desfilaram por algumas ruas da cidade e também estiveram na agência do Novo Banco de Santo Onofre, na Rotunda da Fonte Luminosa, onde não só cortaram o trânsito durante mais de dez minutos como repetiram os protestos que haviam feito na agência da Praça 25 de abril. Em ambos os casos houve ovos arremessados contra os vidros dos bancos. A manifestação terminou depois das três da tarde.

Alguns agentes da esquadra das Caldas da Rainha da PSP foram chamados para reforçar um eventual protesto na Nazaré, mas naquela vila apenas se registou por momentos o inconformismo de alguns lesados a baterem nos vidros da agência do Novo Banco.

Esperança

O Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Na semana passada, foi divulgado o parecer jurídico da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), favorável ao reembolso do papel comercial pelo Novo Banco, o que dá alguma esperança aos lesados.

Foi também apresentado o relatório preliminar do inquérito desenvolvido por uma comissão parlamentar e que refere que “de forma concertada, Banco de Portugal, CMVM, Novo Banco e BES-BM [banco mau] devem chegar rapidamente a uma plataforma de entendimento sobre este assunto, através de um consenso que deve viabilizar soluções que respeitem todos os preceitos legais e que devem incidir de forma particular sobre aqueles casos em que comprovadamente existiram práticas comerciais abusivas”.

Deve-se ainda “dar resposta urgente aos clientes que tenham sido efetivamente lesados, e que nalguns casos enfrentam momentos de especial dificuldade, sem ignorar as situações de urgência em termos de liquidez associados a detentores de papel comercial que se encontrem numa posição de particular vulnerabilidade”.

Francisco Gomes (texto)

Marlene Sousa (fotos)

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