Segundo testemunhas oculares, a vítima foi levada contra sua vontade por agentes fardados de forças de segurança nacionais.
Desde a notícia do desaparecimento, a família de Américo Sebastião empreendeu uma persistente caminhada para o localizar.Têm sido mobilizados todos os recursos e pedida ajuda a todas as instâncias. Persistentes contatos têm sido efetuados junto das autoridades moçambicanas e portuguesas, de entidades internacionais, da ONU à União Europeia, passando pela Santa Sé, e organizações não-governamentais como a Cruz Vermelha e Amnistia Internacional, entre outras. Tudo sem quaisquer resultados, até ao momento.
O processo de inquérito judiciário aberto em Sofala, a pedido da família, acabou arquivado, sem quaisquer resultados e sem direito a recurso, em outubro de 2018. A família verificou com choque que haviam sido “descartadas diligências elementares que, em qualquer investigação séria, nunca seriam dispensadas”. Face aos protestos da família, a Procuradoria-Geral em Maputo avocou o processo e há três meses que diz estar a analisá-lo.
Portugal tem vindo a oferecer reiteradamente a Moçambique a cooperação de peritos de investigação criminal. Uma oferta feita desde os primeiros momentos do inquérito, mas nunca efetivamente aceite pelas autoridades moçambicanas.
Depois de, em dezembro de 2018, a família de Américo Sebastião ter entregue uma nova petição à Assembleia da República moçambicana e recebido promessas de atuação, em janeiro 2019 foi finalmente concedida à família uma reunião com a Procuradora-Geral de Moçambique, chefe Beatriz Buchilli. Segundo a Procuradora-Geral, as autoridades moçambicanas estariam dispostas a aceitar a cooperação de Portugal se a oferta fosse devidamente formulada e especificada pelas competentes autoridades. Ora, apesar de a oferta corresponder aos critérios exigidos, a cooperação ainda não foi aceite e, portanto, não pode concretizar-se.
Numa petição pública que pode ser subscrita na internet, a família e os amigos de Américo Sebastião apelam agora o presidente da República português para que intervenha, de forma incisiva e explícita, junto do presidente moçambicano, Filipe Nyusi, do seu Governo e da Procuradora-Geral de Moçambique, para que atuem no sentido de localizar e resgatar Américo Sebastião.
Apelam também a Marcelo Rebelo de Sousa para que, em articulação com o Governo de Portugal, se solicite “ação eficaz por parte da União Europeia e da ONU no sentido de exigirem aos mais altos representantes moçambicanos resultados concretos na localização e resgate de Américo Sebastião”.
Nascido a 17 de agosto de 1968 na localidade de Delgada, freguesia de Roliça, no Bombarral, Américo Sebastião é filho de Júlio Sebastião, o carismático líder da Associação de Agricultores do Oeste, que morreu de forma trágica.
Entre outros concelhos, estudou nas Caldas da Rainha. É casado e tem dois filhos.
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