A escritora, que é formada em direito e que vive em Caldas da Rainha, desde muito cedo começou a escrever “por necessidade de alma”. Criou um blogue no qual divulga os seus poemas e que originou a publicação deste livro de poesia, que mais uma vez conta com o apoio da Chiado Editora.
Esta publicação, que tem como “linha condutora os afetos”, surgiu de um projeto, que “não foi pensado para publicação”. Aliás, segundo Maria Portugal, “surgiu quase como naturalmente como surge em mim a poesia”.
De acordo com a autora, “quando sinto determinados estados de alma ou estou perante algum acontecimento em particular, isso desperta em mim logo a necessidade de sentar e escrever qualquer coisa a respeito”. E, foi assim que surgiu “Uma Palavra à Solta”, sendo um “livro exclusivamente de poesia”.
Além dos afetos, a autora também abordou outras temáticas na obra, tais como os direitos humanos. “Quando algum acontecimento me impressiona muito acabo por explorar no ponto de vista poético para chamar atenção sobre eles”, explicou Maria Portugal, esclarecendo que no fundo, “são poemas que contam as mais diversas emoções da vida com a profundidade e intensidade de quem vive uma paixão eterna e se compromete com os sentimentos”.
Futuramente, a escritora vai lançar mais um livro de poesia e ainda um romance, que irá chamar-se “Sete Vidas”.
Para apresentar “Uma Palavra à Solta” foi convidado o escritor e membro honorário da Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha, Jorge Castro, que começou por esclarecer que “ser homem e dar voz a uma mulher é ainda nos dias de hoje um exercício muito complexo, correndo-se o risco de pecar por falta de credibilidade, veracidade e até de retirar serenidade ao discurso”.
Apesar da “dificuldade em dar voz a uma mulher que é muito mulher”, o escritor disse que tentou “entrar no papel de Maria Portugal”, encarando-o como um “exercício performativo”.
Segundo Jorge Castro, “os poemas retratam uma escrita feminina que nos traz uma certa resignação mas ao mesmo tempo dá-nos forte pistas para uma afirmação determinada”. Além disso transmite “um olhar de quem sofreu e que aprendeu a viver outra vez”.
Outro dos temas abordados pela autora é o amor, pois “não há autor que não fale dele nos seus poemas”. Mas para isso, segundo Jorge Castro, é preciso “ousadia, que a autora assume”. Nessa área, “Maria Portugal também afoita-se por caminhos muito pessoais com palavras muito próprias, que se vai desvendando poema a poema, criando um universo pessoal”. “Enfim, Maria Portugal é ela própria e criou a sua própria linguagem”, referiu o escritor, adiantando ainda que “os seus poemas não deixam de evocar tonalidades da poesia de Florbela Espanca, bem como integra música nas suas palavras”.
No final, Jorge Castro salientou que “Uma Palavra à Solta” termina com um poema, que é “quase o bilhete de identidade de Maria Portugal, mas incompleto”.
Esta sessão, que mais uma vez foi organizada pela Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha, foi abrilhantada com um momento musical proporcionado pelo grupo de seis jovens do “Sexteto 5+1”, de A-dos-Francos, que interpretou alguns temas clássicos da música contemporânea.
O livro, que custa 12 euros, pode ser encomendado pelo telemóvel 915386327.
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