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Por um Cinema de Arte

Rui Calisto

EXCLUSIVO

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Gostaria de ver em Caldas da Rainha um autêntico Cinema de Arte. Uma sala onde fossem exibidas produções que se diferenciassem do sistema narrativo costumado do cinema estadunidense, conhecido como cinema industrial.
Rui Calisto

Sei que o CCC (Centro Cultural e de Congressos) de vez em quando realiza exibições nesse sentido, porém, ainda é pouco. Caldas da Rainha deveria possuir um espaço idêntico à Cinemateca de Lisboa, onde, diariamente, estivessem disponíveis mostras cinematográficas experimentais ou, se preferirem, de “vanguarda”.

Se este concelho possuísse uma sala com essa valência, poderia, agora, por exemplo, realizar uma mostra acerca da obra do recém-falecido Bernardo Bertolucci (1941-2018), cuja espetacular filmografia caminha entre os anos de 1962 e 2012, ou seja, 50 anos de bom cinema, divididos em vinte películas, que vão do extremo do cinema de arte até ao cinema comercial (mas, neste caso, com uma qualidade excecional. Vejam o exemplo de: “Último Tango em Paris”, “O Último Imperador” e “O Pequeno Buda”).

A existência de uma sala onde fosse possível realizar exibições com o que de melhor se faz na sétima arte permitir-nos-ia perscrutar, também, o génio de Ingmar Bergman (1918-2007), Roberto Rossellini (1906-1977), Michelangelo Antonioni (1912-2007), Robert Bresson (1901-1999), Jacques Tati (1907-1982), Glauber Rocha (1939-1981), Nelson Pereira dos Santos (1928-2018), Héctor Babenco (1946-2016), Anselmo Duarte (1920-2009), David Griffith (1875-1948), entre tantos outros.

Parece-me, inclusive, que a Cinemateca de Lisboa poderia ser o parceiro ideal, para termos um repertório de grande qualidade, que permitiria – a todos – que se desenvolvesse uma crítica cinematográfica consistente. Coisa rara nos dias que correm, por culpa dos “fast-food” que somos obrigados a engolir.

Não me incomoda a exibição dos “filmes de plástico” nas salas que possuímos, porém, creio, devemos ter uma opção de sala, para exibições de películas “com outra extirpe”.

Algumas pessoas dirão que um Cinema de Arte nas Caldas da Rainha não duraria muito, porque não teria público. Sinto muito por contrariá-los, pois, o público conquista-se e educa-se.

Quando, em Paris, no ano de 1895, os irmãos Lumiére inventaram o Animatógrafo disseram, também, que as pessoas deveriam aproveitar rapidamente a novidade, pois, esta não resistiria ao tempo. Em 1907, em Lisboa, os fundadores do Animatógrafo do Rossio (a primeira sala de cinema do país), os irmãos Ernesto Cardoso Correia e Joaquim Cardoso, afirmaram o mesmo. Todos, como se percebe, enganaram-se, o cinema aí está, forte e vigoroso. Em alguns países apenas com o tal “fast-food”, em outros, felizmente, com incentivos e investimentos em cinema de qualidade.

No “Manifesto da Sétima Arte”, o teórico e crítico italiano Ricciotto Canudo (1877-1923) destacou “a sua preocupação teórica sobre a realidade do cinema e suas possibilidades em um futuro de maior evolução técnica” e definiu, ali, “o cinema como uma arte, a sétima, na qual se resumem as demais artes”. Para ele, “com o cinema nascia a “arte total”, “a plástica em movimento”, “a alma da modernidade”, já que reunia e conciliava na sua linguagem e expressão a dimensão plástica” das outras artes.

O que Ricciotto Canudo não esperava é que a sétima arte, fosse afastando a Arte do cinema.

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