O assunto foi abordado pelo deputado do Bloco de Esquerda (BE), Heitor de Sousa, eleito pelo círculo de Leiria, que na passada segunda-feira, acompanhado dos deputados municipais do BE dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos e Peniche, reuniu com o novo Conselho de Administração do CHO, com o objetivo de conhecer os novos elementos e interrogá-los sobre alguns dos problemas mais prementes, como a falta de recursos humanos e equipamentos.
O deputado questionou o CA sobre o atraso na reabertura da cozinha do hospital das Caldas da Rainha, encerrada pela ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) em dezembro do ano passado. A cozinha foi alvo de uma intervenção, orçada em 85 mil euros, que deveria ter sido concluída em fevereiro deste ano, mas as obras “foram mal feitas e agora é preciso corrigir essa situação para que o refeitório possa abrir em condições aprovadas pela ASAE”, referiu Heitor de Sousa.
O problema foi também levantado pela Comissão de Utentes do CHO, que disse ter recebido várias denúncias “relativamente às refeições servidas quer aos profissionais quer aos utentes num estado intragável”.
A comissão avançou que “segundo informações prestadas pelos utentes e profissionais a alimentação servida tem originado vómitos e diarreia, situação que origina que cada vez mais os profissionais estejam de baixa médica, para além da redução de produtividade daqueles que ali trabalham”.
Novo Hospital do Oeste até 2030
Após reunião com a administração, Heitor de Sousa afirmou ter questionado sobre futuros investimentos públicos na área da saúde, a realizar entre 2020 e 2030, defendendo que “a perspetiva é impulsionar a construção de um novo hospital” para a região Oeste. “É um caminho a ser seguido a médio prazo e estamos convencidos é possível dar passos concretos a nível de projeto e concurso para avançar para um novo hospital”, sublinhou.
A reunião teve ainda como objetivo “fazer um ponto de situação sobre o processo de integração dos trabalhadores precários, nomeadamente aqueles que não cumprem as habilitações mínimas para entrar na função pública e que exercem funções permanentes há mais de uma década”, disse o deputado do BE, que reafirmou perante os elementos do CA tratar-se de um “processo de regularização extraordinária que deve abranger todas as pessoas que foram integradas no programa em curso”.
As informações prestadas aos elementos do BE foram no sentido de que “todos os trabalhadores sejam contratados de forma permanente”, disse Heitor de Sousa, esperando que até o final do primeiro trimestre de 2019 as coisas se resolvam.
Quanto à falta de recursos humanos e equipamentos, o deputado do BE declarou que da parte do CA existe uma “predisposição que nós sublinhamos bastante positiva para que as coisas se resolvam rapidamente”. “Foi-nos transmitido que está na ideia do CA promover o recrutamento de 100 enfermeiros para o CHO”, adiantou.
CHO vai abrir contratações
No final da reunião com os elementos do BE, Elsa Banza, falou com os jornalistas, sublinhando que as preocupações mais prementes do centro hospitalar “são transversais” e que “temos que tentar aos poucos resolver, tendo em conta o financiamento que temos disponível, nomeadamente a questão da renovação das infraestruturas e as carências de recursos humanos”.
A nova presidente do CA adiantou que “um dos grandes objetivos é melhorar a capacidade de resposta à população” e que para tal a instituição precisa “de mais recursos humanos em algumas áreas, especialmente médicos e em algumas áreas mais carenciadas”.
A intenção da nova administração é “abrir uma bolsa de recrutamento autónoma, independentemente dos concursos abertos a nível nacional”, propondo “captar novos recursos para determinadas especialidades”. Como “fator motivador para aumentar o interesse dos profissionais a virem para este centro hospitalar e para aumentar a capacidade de resposta às necessidades das populações”, a instituição – que em junho deste ano passou a entidade pública empresarial – vai apostar no alargamento de áreas como “a psiquiatria e os cuidados paliativos”.
Quanto à Câmara das Caldas assumir a gestão do Hospital Termal, depois da recusa do Tribunal de Contas à proposta de protocolo a celebrar entre a autarquia e o Montepio Rainha D. Leonor, Elsa Banza revelou aos jornalistas que poderá haver entre o CHO e o Município uma “conciliação de serviços”. “Acho que a nossa participação terá que existir na vertente que somos nós que temos aqui o know how relativamente ao termalismo, por isso a nossa articulação com a Câmara deverá existir certamente”, salientou a presidente do CA, revelando que tem “previsto para breve um encontro com o presidente da Câmara das Caldas, onde certamente que essa e outras questões serão abordadas”.
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