Medidas do Ministério da Educação põem em causa qualidade do Ensino A constituição de mega agrupamentos, a posição absurda de acabar com as retenções, a extinção de serviços e a diminuição de recursos mas escolas são o exemplo vivo dos objectivos meramente economistas que norteiam os responsáveis políticos. O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) denuncia publicamente que o Ministério da Educação (ME) tem vindo a pautar todas as suas decisões políticas nos últimos tempos por um exclusivo objectivo economicista. Ainda antes de terminar o ano lectivo, o ME decidiu extinguir muitas escolas e constituir mega agrupamentos. Justificando esta medida com a melhoria da qualidade da educação e das condições de aprendizagem dos alunos, o ME extinguiu muitas escolas que se constituíam num pólo cultural e eram a única ligação àquela localidade daquelas populações. Esta medida, para além dos efeitos nefastos que o desenraizamento das crianças irá provocar nas suas aprendizagens, contribuirá afinal para o despovoamento do interior do país. Pese embora toda a retórica expendida, esta decisão nada teve a ver com a melhoria das condições pedagógicas e o sucesso educativo das crianças, mas apenas com razões economicistas. Ignorando as cartas educativas anteriormente elaboradas, atirando pela janela todo o trabalho e verbas despendidas com a sua realização, desrespeitando os mais elementares direitos das crianças e contribuindo ainda mais para o isolamento das populações, o ME avançou para a criação de mega agrupamentos, com um único intuito de diminuir os gastos com a educação. O SPZC considera no mínimo lamentável que o Governo não tenha a coragem de assumir com transparência as suas opções políticas e se escude em pretensas preocupações com a melhoria da qualidade e do ensino para, a coberto destas, se aprestar para diminuir os gastos com a educação que deveriam ser o investimento de referência para o desenvolvimento do país. Acresce ainda que, com esta medida, o ME ignora, ou talvez não, que muitas das crianças com seis anos vão ter de se deslocar dezenas de quilómetros e durante tempo que lhes provoca cansaço e consequentemente lhes diminui o rendimento, para além de as afastar das suas famílias e do apoio que as mesmas lhes podiam prestar. Mas para o ME isso não é importante. O que importa é que essas crianças, como se está a ver, “irão ter as mesmas condições de aprendizagem das outras crianças” Uma verdadeira hipocrisia política! Absurdo acabar com os “chumbos” Mas o ME tem consciência dessa realidade e dos efeitos que esta situação irá provocar ao nível do insucesso dos alunos. Face a isso, o ME não perdeu tempo e veio anunciar a necessidade de terminar com os “chumbos”. É obvio…, se não houver chumbos o ME sabe que esta sua medida não será sujeita a análises e críticas pelos resultados que virá certamente a revelar. De uma só cajadada o ME mata dois coelhos. Por um lado, branqueia a sua decisão política e, por outro, diminui as despesas que as retenções acarretam. O SPZC está verdadeiramente perplexo com esta afirmação da Sr.ª ministra da Educação que devia saber que com esta declaração está a fomentar uma cultura política de desprezo pela qualidade da educação, embora em termos políticos possa apresentar resultados estatísticos a nível internacional que colocam a Educação em Portugal nos lugares cimeiros dos estudos, neste caso, no que às retenções diz respeito. A mensagem da Sr.ª ministra é absolutamente preocupante, pois funda-se na ideia de que a exigência e a avaliação do mérito não são assim tão relevantes, o que importa é não existirem retenções. Ao que chegámos! Concurso em Agosto e efeitos injustos da avaliação No que concerne especificamente aos docentes, o SPZC não pode deixar de verberar a atitude reveladora do desrespeito que o ME demonstrou pelos docentes e que obrigou os Professores Contratados, os Professores que se viram confrontados com o Destacamento por Ausência da Componente Lectiva (DACL) e os Professores que concorreram a Destacamento por Condições Específicas (DCE) a concorrer em pleno mês de Agosto. Esta atitude inadmissível resulta da assunção pelo ME da consideração na graduação profissional dos docentes da avaliação a que os mesmos foram sujeitos, depois de o ME a ter considerado má e de ter procedido à sua alteração. Desrespeitando a recomendação da Assembleia da República (AR), o ME manteve teimosamente essa avaliação, o que por força de sucessivas providência cautelares interpostas veio a atrasar os concursos, não tendo publicado sequer a Lista de ordenação definitiva dos candidatos, cuja legalidade é questionável. Para além disso, o ME não revelou diligência na consecução destes concursos, o que leva a que, na véspera de se apresentarem na Escola, os docentes que concorreram ainda não sabem em que Escola se deverão apresentar. Ainda relativamente à questão da consideração da avaliação no cálculo da graduação profissional, o SPZC mantém a sua posição inicial de discordância e apoia todos os docentes que a pretendam contestar. O SPZCentro não deixará de se bater pela reposição da legalidade e espera que, tal como foi publicamente assumido pelo ME, venham a ocorrer, em 2011, concursos gerais para todos os docentes, permitindo correcções de injustiças decorrentes da criação da categoria de professor titular.
Comunicado do Sindicato dos Professores da Zona Centro
Últimas
Artigos Relacionados
Empate com o Amora mantém o Caldas em segundo lugar
Amora FC e Caldas SC disputaram no passado sábado, no estádio da Medideira, uma partida a contar para a jornada 8 que terminou com igualdade a uma bola. Com este resultado, o Caldas soma 18 pontos e mantém-se em segundo lugar, mantendo tudo em aberto para as últimas duas jornadas na Série 2 de manutenção na Liga 3.
Rampa Foz do Arelho
O cenário deslumbrante da Foz do Arelho, no último domingo de abril (dia 28), vai ser palco de uma das mais tradicionais provas de Regularidade Sport Plus de Rampa, que integra o calendário da Series by NDML, organizada pelo Núcleo Desportos Motorizados de Leiria.
Apresentado livro “Doce Viagem”
A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), no âmbito do Festival “Latitudes – Literatura e Viajantes”, organizado pela Câmara Municipal de Óbidos, realizou no dia 12 de abril uma sessão de apresentação e lançamento do livro “Doce Viagem – Um roteiro dos doces de Natal na América Latina”, um projeto que resultou de uma parceria entre a Casa da América Latina (CAL) e a EHTO.
0 Comentários